O espaço que as criptomoedas ocupam nos portfólios dos investidores brasileiros ficou muito bem retratada na primeira Pesquisa Nacional das Criptomoedas, realizada pelo Datafolha. De modo geral fica evidente que as criptomoedas já fazem parte do cotidiano de uma parcela substancial de investidores brasileiros, e que tanto o conhecimento quanto a maturidade do brasileiro em relação aos criptoativos é substancial.
Talvez o dado mais curioso seja o de que há 2,5 vezes mais investidores em criptomoedas do que em ações tradicionais. Lembrando que temos bolsas de valores no Brasil desde 1851 e criptomoedas há pouco mais de 10 anos.
E não é como se o objetivo do investidor ao se expor a esse tipo de ativo fosse muito diferente. Segundo as informações coletadas, o Bitcoin é percebido mais frequentemente como ocupando um papel próximo das ações nos seus portfólios, à frente de apostas esportivas (bets), dólar, poupança e ouro.
Essa mudança é significativa: historicamente, o Bitcoin sempre fora associado a apostas arriscadas ou à volatilidade extrema. Hoje vem gradualmente ocupando o espaço de um investimento diversificado que ajuda a compor a carteira, assim como os demais ativos de risco. E com a vantagem de oferecer potencial de diversificação e proteção contra escaladas de desvalorização das moedas fiduciárias.
O movimento é corroborado por dados concretos: a volatilidade do principal criptoativo vem diminuindo ano a ano, se aproximando da volatilidade histórica da classe de ativos de ações.
Fonte: Yahoo! Finance
Curiosamente, a presença dos criptoativos na vida dos brasileiros é tão forte que, segundo um estudo produzido pelo Datafolha, mais pessoas sabem definir o que é Bitcoin do que cantar corretamente o Hino Nacional. É bem provável que a gente encontrasse resultados parecidos se fosse perguntado se os brasileiros conseguem explicar conceitos tradicionais como inflação ou funcionamento da previdência privada. Não dá pra dizer até que ponto a culpa está na qualidade da educação básica do nosso país, mas é uma informação que não dá para ignorar.
Outro dado relevante do estudo aponta para o papel geracional: entre jovens de 18 a 24 anos, mais da metade já investiu ou pretende investir em criptoativos, o que sinaliza que essa tendência tende a se consolidar e crescer com o passar dos anos.
Ainda no no ranking de familiaridade, Bitcoin supera até mesmo produtos tradicionais como a poupança e o Tesouro Direto.
Em um país historicamente assolado pela inflação, a busca por ativos que protejam o poder de compra aparece como uma das principais motivações para a entrada em criptoativos, superando inclusive o apelo especulativo.
A mensagem do relatório é clara: Bitcoin não é mais visto como uma aposta é um investimento.
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Cripto e Ouro como Ferramentas de Diversificação
O anseio do investidor (que tem o hábito de acompanhar sua carteira de ativos regularmente) por diversificação foi renovado em abril, mais especificamente a partir do dia 2 deste mês, o chamado Liberation Day.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu início a uma guerra comercial de proporções globais ao anunciar tarifas para todos os países do mundo. As consequência para o bom funcionamento da economia global são gigantescos, e os ativos de risco foram impactados na mesma proporção.
É natural que no ápice da crise os ativos de risco se correlacionem, as decisões de investimento em momentos tão extremos são muitas vezes mais motivadas por necessidades de liquidez ou restrições de mandato do que por decisões de investimento. O que acontece nos períodos subsequentes à crise é que geralmente é mais revelador.
Fonte: Yahoo! Finance
O gráfico mostra os dados de retorno para cinco ativos de risco a partir do primeiro dia de abril. Embora todos eles tenham sofrido na semana do dia 2, as suas recuperações ocorrem de maneira distinta. O Bitcoin e o Ouro se recuperam inclusive com mais força do que os ativos de risco americanos, representados aqui pelo S&P500 e a Treasury de longo prazo.
Nesse contexto, o ouro também volta aos holofotes, e dessa vez em formato digital. A capitalização de mercado dos principais tokens de ouro, como os lastreados em ouro físico, ultrapassou US$ 2 bilhões em abril. Em meio às tensões da guerra comercial, o ouro tokenizado surge como solução prática para obter exposição a uma das poucas classes de ativos que se valoriza, consolidando seu papel como proteção em cenários de incerteza.
Um destaque do mês de abril foi o lançamento do primeiro token de ativo real (RWA) lastreado em ouro físico pela Blue Hat Interactive e Axis Capital Group. Este token inovador é suportado por reservas de ouro auditadas trimestralmente, armazenadas em cofres certificados em Singapura. A proposta combina a segurança tradicional do ouro com a eficiência da blockchain, permitindo liquidez instantânea e transações globais a baixo custo.
Investidores estão percebendo cada vez mais que alocações modestas em criptoativos melhoram a relação risco-retorno das carteiras tradicionais. Em um mundo de incertezas cambiais, choques geopolíticos e taxas de juros incertas, ativos digitais oferecem uma correlação diferenciada, ainda que variável ao longo do tempo. Por isso, Bitcoin começa a ocupar espaço ao lado de classes tradicionais como ações, fundos imobiliários e renda fixa privada.
Criptoativos, ouro tokenizado e a guerra comercial global de 2025 mostram que a diversificação inteligente é mais importante do que nunca.
Panorama de Mercado
Volume de mercado: A capitalização total de criptoativos alcançou US$ 2,96 trilhões em abril.
Bitcoin: Rompeu a barreira dos US$ 90 mil no final do mês, impulsionado pela fraqueza do dólar e liquidação de apostas vendidas.
Institucionalização: EUA e seus estados, como o Arizona, avançam em planos para reservas estratégicas em Bitcoin.
A Twenty One Capital é a mais nova empresa a declarar que está alocando seu caixa em Bitcoins, se juntando a outras tantas que seguem a estratégia da Strategy (antiga Microstrategy).
A Blue Hat quase foi “delisted” da NASDAQ… será que esse projeto vai mesmo decolar ou será um capítulo mais tecnológico do China Hustle?
Muito interessante o mercado tradicional começando a entender o Bitcoin!