Algumas mudanças rápidas, outras nem tanto
Existe uma quantidade imensa de incentivos diários a cada nova notificação que pinga no celular. Vivemos em um mundo absolutamente viciado pela instantaneidade e, quando se fala em tecnologia, a situação parece ainda mais dinâmica.
Aparentemente, ao abrir o noticiário sobre tecnologia, teoricamente, a ideia seria ver todos os dias novos termos e inovações – ou, pelo menos, um novo a cada certo tempo.
Mas não é bem assim: algumas coisas demoram um tanto a virar realidade. E então vale a pena acompanhar por mais tempo para saber onde vai dar - sucesso de uso e vendas ou fracasso que todos querem esconder numa gaveta – afinal, o cemitério dos perdedores é bastante silencioso.
Mas os vencedores… esses sim fazem um enorme barulho.
Inteligência Artificial pode ser um desses casos. O que importa saber sobre isso não é o termo em si, mas sim que tipo de otimização as ferramentas vindas desse campo podem gerar. E, mesmo na instantaneidade em nível máximo dos dias atuais, não se prevê com futurologia barata de “vai decolar” ou “vai flopar”. Demanda acompanhamento contínuo.
Após esse sutil tapinha na cabeça, pega o café e vamos para mais uma Condado Tech com as sementes de tech que atualizam quem lê!
Uma mina de ouro a céu aberto
Quando você pensa em estrutura de TI, pensa em alguma empresa de que porte?
As grandes já estão se preparando ou mesmo já preparadas para grande parte das armadilhas de phishing e outros do campo “queremos pegar seus dados”. Mas a imensa maioria das empresas, que são as pequenas, estão de fora desse campo de soluções.
Um levantamento recente nos EUA da SCORE descobriu que 49% das pequenas empresas nos EUA utilizam redes sociais para divulgar seus produtos e serviços e, além disso, 73% das pessoas que tocam esses negócios consideram que sua principal fonte de receita vem justamente das redes sociais. Imagina só o que deve ser encontrado nesse tipo de levantamento quando AI for uma realidade ainda mais presente.
Olhando para o Brasil, muitos pequenos negócios também utilizam as redes sociais para impulsionar suas vendas. Mas isso é tão pulverizado que até então não atraiu soluções relevantes e acessíveis. É parecido com o que se passa com penny stocks: tudo parece microscópico demais para ser olhado com mais atenção.
Negócios pequenos também têm esse tipo de problema e, numa era de tanta conta fake, de restaurante a hotel, quem aparecer com alguma solução genuína para isso - já que “verificação de conta” virou banalidade - vai nadar de braçada nesse garimpo digital.
Uber virando GetNinjas?
Se pedir um carro no Uber já anda difícil, imagine chamar por lá alguém para montar um armário ou ajudar em alguma outra missão chata em casa. Recentemente um código descoberto pelo desenvolvedor Steve Moser (e compartilhado com a Bloomberg) sinaliza que isso pode acontecer em algum momento.
A ideia seria colocar, com hora marcada e espaço de tempo pré-definido, a funcionalidade de pequenas tarefas dentro do aplicativo principal, tendo como objetivo ampliar o mercado possível, o número de usuários e, claro, o resultado do até então aplicativo de mobilidade urbana.
Mesmo que não tenha confirmado lançamento e nem intenção disso, nessa movimentação sutil a empresa deixa algumas perguntas no ar: teria gente suficiente para prestar serviços gerais e disposta a entrar no aplicativo? Na outra ponta, teria gente o suficiente para fazer essa demanda funcionar?
E, no final das contas: tendo dado lucro pela primeira vez só recentemente (após mais de uma década de funcionamento), faz sentido abrir o guarda-chuva de funcionalidades nesse momento?
Levando em conta que essa empresa surgiu pouco depois da crise de 2008 e em um enorme contexto de economia colaborativa e que muitos sinais apontam que uma crise está para acontecer no mundo desenvolvido em breve, não podemos descartar que essa semente germine bem. Mas por aqui, difícil como está até para pedir carro, será que pega? Isso sem contar na ameaça à própria existência da Uber no Brasil, depois de algumas canetas judiciais…
Reduzir o medo da descentralização com soluções inteligentes
No universo das moedas digitais e ativos tokenizados, mesmo com tanta otimização, ainda existe um receio entre os usuários: o de que uma transação feita de modo incorreto signifique que você perdeu aqueles recursos de modo irreversível. Quem já enviou algo para uma carteira digital sabe: conferir todos os diversos dígitos umas dez vezes é procedimento padrão - e mesmo assim pode acontecer algum erro.
Levando isso em consideração, nossos parceiros da Foxbit pensaram em uma solução bastante inteligente: multichain para as transações descentralizadas entre carteiras.
Parece grego, mas é razoavelmente simples (e genial): no lugar de trocar moedas digitais dentro de redes diferentes, moeda a moeda, com essa ferramenta você ganha um maior número de opções para buscar uma rede mais rápida e menos custosa para sua operação
O mercado de tokenização pode alcançar mais de US$13 bilhões até 2030, e escalar e reduzir custos dos negócios é uma das principais possibilidades com a blockchain. Quem estiver por dentro das novidades que facilitam transações do tipo certamente estará adiante dos outros.
Inclusive por isso, a Foxbit está produzindo conteúdos sobre as novidades em blockchain e sua utilização na rotina de empresas. Dê uma olhada no material aqui.
Usar ChatGPT ou Bard para tudo não passará impune
Chatbots ajudam a reduzir o trabalho e já viraram realidade em muitos lugares. Mas uma mudança recente no conjunto de regras do Google sinaliza que o futuro não será tão simples para quem pensa em automatizar tudo com essas ferramentas: em breve, materiais de caráter político-eleitoral precisarão ter disclosure específico e declarado.
A ideia central é, diante das tantas ferramentas de automatização que permitem a criação e circulação de notícias falsas – pesquise sobre deepfake para entender o tamanho do problema –, oferecer uma sinalização a quem acompanhar aquele conteúdo. Essa sinalização seria específica, direta e bem clara, evitando que quem veja aquele conteúdo digitalmente alterado seja levado a alguma conclusão incorreta (por exemplo de que se trata de algo sem alteração do tipo).
Em termos práticos, funcionará assim: qualquer alteração relevante de conteúdo, como por exemplo alguma voz digitalmente gerada, precisará vir acompanhada de um aviso específico relativo a essa mudança realizada.
Por um lado isso pode parecer inofensivo, dado que já aconteceu por aqui nas eleições e relativo a informações ao longo da pandemia. Mas abre uma avenida de possibilidades: e se amanhã a regra mudar para “tudo que passar por essas ferramentas precisará ter um disclaimer sobre ter sido gerado nelas?”.
Acontecendo ou não essa expansão de avisos, vale ficar de olho no quanto você utiliza dessas automatizações no dia a dia, porque se seu chefe não desconfiar da utilização constante das ferramentas, vai ficar muito mais fácil de ver caso as próprias plataformas decidam te dedurar.
E, pelo visto, isso pode acontecer num estalar de dedos (ou numa sutil mudança daquelas linhas miúdas que ninguém lê, nem o ChatGPT). Imagina que loucura pagar uma assinatura de algo que vai te dedurar depois: isso pode estar mais próximo do que imaginamos.