Cripto de terno
Recentemente tivemos a divulgação do The Geography of Cryptocurrency Report de 2023 da Chainalysis. As tendências regionais dos criptoativos trouxeram alguns insights interessantes para a gente.
O primeiro destaque é o nosso querido Brasa ocupando a nona posição no ranking de países com a maior adoção de criptomoedas. Nada mal!
Top 10 maiores países em adoção de criptomoedas
1. Índia
2. Nigéria
3. Vietnã
4. Estados Unidos
5. Ucrânia
6. Filipinas
7. Indonésia
8. Paquistão
9. Brasil
10. Tailândia
De modo geral, o relatório traz evidências sobre o amadurecimento do mercado de criptomoedas. Não só no mundo como principalmente entre os nossos vizinhos Latinos. Vemos uma migração para o uso de corretoras centralizadas (Centralized Exchanges - CEX) e o aumento da fatia do mercado de cripto representada por moedas lastreadas (stablecoins). Esse movimento vai em linha com o evento que movimentou os cripto-noticiários: a criação do ETF Spot de Bitcoin. Um pouco de tudo isso a seguir.
Chamou a atenção o crescimento da preferência nos países da América Latina pelas Exchanges Centralizadas (CEX), em detrimento das Exchanges Descentralizadas (DEX). No Brasil, 60,7% da atividade cripto ocorre por meio das CEX. Enquanto isso, entre os países latino-americanos, apenas o México divide a preferência com as Exchanges descentralizadas (DEX), que compreendem 48,4% das transações no país. Embora não seja necessariamente surpreendente, é notável a inclinação massiva pelas CEX na política e monetariamente abalada Venezuela, onde 92,5% das transações passam por esse serviço.
Fonte: Chainalysis
Numa breve explicação, as exchanges centralizadas (CEX) contam com a presença de intermediação nas operações e possuem livro de ofertas, assim como nas corretoras de valores que já conhecemos. Como possuem alto volume de negociação, contam com um ambiente mais dinâmico, inclusive compra de criptomoedas com moeda fiduciária, o bom e velho Real, por exemplo.
Já nas exchanges descentralizadas (DEX) não há uma autoridade central e as transações são realizadas diretamente entre os usuários (peer-to-peer), o objetivo é tentar eliminar o intermediário e reduzir custos, mas os mecanismos usados para prover liquidez ainda precisam de alguns ajustes.
A nossa parceira Foxbit, é o exemplo de uma CEX.
Vemos o crescimento da centralização como um sinal de maturidade do ecossistema e um ponto positivo para a aceitabilidade e prevalência das criptomoedas no mundo.
Outra trend relevante apontada pelo relatório foi o crescimento da adoção de stablecoins em relação a outras criptomoedas em todos os países da América Latina analisados pelo pessoal da Chainalysis. Esse tipo de moeda já representa mais de 50% do volume financeiro de criptomoedas adquiridas pelos respectivos países.
Stablecoins são aquelas criptomoedas que, embora sejam negociadas em blockchains, seus preços são atrelados a ativos analógicos, geralmente moedas fiduciárias. Essa garantia de preço é geralmente feita a partir da compra desses ativos que por sua vez servem de lastro para as stablecoins.
A disseminação das stablecoins demonstra como o existe espaço para ambiente regulado do sistema financeiro no mundo descentralizado das criptomoedas. Mais um indício de como esse mercado tem se institucionalizado. Essa guinada sugere também que o futuro aponta para um mundo onde você finalmente vai parar de chamar qualquer criptomoeda de Bitcoin. A não ser que você prefira fazer as vezes do tio que chama todo console de “Nintendo” até hoje.
Fonte: Chainalysis
Quem acompanha a Condado Tech já sabe que o nosso estimado Banco Central do Brasil, a autarquia com mais cara de startup desse país, logo menos vai ter uma stablecoin para chamar de sua: o DREX, que por sinal a nossa parceira Foxbit fez parte da concepção. Never bet against BCB!
Acho que está cada vez mais tranquilo dizer que estamos vivendo um momento de institucionalização do mercado cripto. A cereja do bolo das últimas semanas foi a sinalização de que a SEC (a CVM dos EUA) está em vias de dar o sinal verde para o pedido da Blackrock (entre outros) para a criação de um ETF de Bitcoin. ETF é a sigla para Exchange Traded Funds, ou Fundos Negociados em Bolsa.
Se estivéssemos em um café gourmet na Faria Lima e a sua reação a essa notícia fosse algo nas linhas de “ah, mas eu invisto em um tal ETF que já é de cripto. É a mesma coisa.”, a minha resposta seria: “Calma, calma, você está totalmente equivocado”. Em seguida, assumiria a minha melhor pose professoral para explicar o seguinte:
Atualmente os ETFs cripto compram derivativos de criptomoedas, e não o ativo final. Ou seja, em termos práticos, um ETF cuja carteira seja 100% exposta a Bitcoins não compra os Bitcoins de fato, apenas contratos cujo preço está atrelado à criptomoeda. A rentabilidade do fundo acompanha a rentabilidade do BTC, mas o dinheiro que é investido nele não chega de fato ao ecossistema cripto, parando na mão de quem vendeu o contrato de derivativo. Agora a brincadeira pode mudar, conectando o institucional (e volumoso) mercado de ETFs com uma blockchain à sua escolha.
Não atrapalha também o fato da BlackRock ser uma gigante com quase US$9 Tri (com T mesmo) sob gestão e que tem o poder de trazer fluxo financeiro para criptomoedas, espalhando a palavra dos criptoativos para carteiras mais tradicionais. Além da distribuição com nível maior de capilaridade, um ETF da BlackRock é um investimento com o regulamento conhecido para grande massa de investidores. O carimbo da maior gestora de ativos do mundo pode elevar o status do investimento, reduzindo seu caráter especulativo.
Naturalmente que o dedo invisível do mercado já foi correndo clicar no APP da sua CEX favorita e se antecipar realizando algumas aquisições. O preço do Bitcoin subiu 28% no último mês.
E você não precisa ter os trilhões da BlackRock para usar bitcoins no seu dia-a-dia. A nossa parceira Foxbit disponibiliza o Foxbit Pay que permite que pequenas e médias empresas recebam pagamentos em criptomoedas. Afinal, o pessoal que ganhou tanto dinheiro com cripto vai precisar gastar em algum lugar.
O processo de pagamento é feito por meio de um link contendo um QR Code da carteira a ser depositada. A Foxbit, se encarrega de apresentar o valor calculado a ser cobrado em cripto no momento do pagamento e, quando o mesmo é realizado, a empresa recebe o valor em sua conta na Foxbit.
Mais detalhes nesse link.