Investir em S&P500 já é investir em Cripto
A paulatina integração cripto ao cenário financeiro e alguns casos de uso interessantes.
No dia 22 de maio de 2010, um programador excêntrico usou 10.000 bitcoins para comprar duas pizzas, no primeiro uso comercial do BTC. Hoje essa famosa transação, celebrada no “Pizza Day”, valeria mais de US$ 1,1 bilhão, com o Bitcoin batendo recorde de US$ 111 mil no aniversário de 15 anos daquele pedido. A realidade é que a integração entre o universo cripto e o mercado tradicional não pararam nas transações e acabaram de atingir um novo patamar simbólico neste mês de maio de 2025.
Agora existe uma exchange cripto integrando o índice S&P 500. Se você investe em um ETF de renda variável que replica o S&P500 (investir em ETFs é uma coisa que certamente você já deveria estar fazendo) você já pode se considerar um investidor cripto sem sequer precisar tomar a decisão ativa de adquirir criptoativos. Essa entrada da Coinbase no S&P 500 não é apenas cosmética, é um marco histórico para o setor.
O papel de um índice amplo de mercado (como é o caso do S&P500) é acompanhar o desempenho das empresas que melhor representam a economia de um país. Ali estão listadas as maiores companhias negociadas em bolsa e a adição de uma empresa cripto no índice é mais um passo na direção de dissolver as barreiras que separam o ambiente cripto do ambiente das finanças tradicionais. Dizer que todo gestor de fundo indexado agora vai ter que comprar uma fatia de uma exchange de criptomoedassignifica que, ausentes grandes opiniões sobre a direção do mercado, o novo padrão é ter pelo menos alguma exposição a cripto. É uma chancela poderosa.
As dinâmicas do mercado financeiro são curiosas. Boa parte da captura de valor monetário de um projeto novo acontece enquanto ele ainda não tem ampla aceitação da população, isso é da própria natureza do risco, a incerteza sobre a viabilidade do novo projeto (traduzida inclusive na não participação hegemônica dos agentes financeiros) é o que está por trás da sua expectativa de retorno. Essa é uma pernada. A outra pernada é quando o valor que a tecnologia agrega começa a se tornar tão evidente que os casos de uso começam a se entranhar pela estrutura tradicional. Em algum momento os céticos da internet (acredite, existiam céticos da internet) foram obrigados a assinar um plano de telefonia móvel com 3G, afinal, as correntes de e-mail e as imagens cintilantes de bom dia não iam ser enviadas sozinhas para os membros da família. É isso que estamos vivendo agora. E isso não é um ‘já era’. Captura-se muito valor monetário usufruindo de uma tecnologia que produz ganhos de eficiência. Não faltam exemplos de grandes empresas que a maior parte do retorno foi obtida pós-IPOs, por exemplo.
O jogo da tecnologia sempre foi o jogo da eficiência. Tempo é o recurso mais escasso de todos e quanto mais valor você consegue agregar usando uma unidade de tempo, melhor.
E falando em ganhos de eficiência, não é só o Banco Central Brasileiro que está tentando assumir a vanguarda na implementação de tecnologias descentralizadas. Na China, Pequim já está utilizando tecnologia de registro distribuído (Distributed Ledger Technology - DLT - Blockchain) como infraestrutura administrativa desde 2020. O “Blue Book” municipal registrou 140 serviços governamentais já operacionais em blockchain, com redução média de 40% no consumo de recursos - incluindo plataformas de licenças, registro imobiliário, logística alfandegária e emissão de faturas eletrônicas.
Esse é um caso clássico em que a centralização da informação é mais um bug do que uma feature, ou seja, é uma característica indesejada. Falar isso para uma audiência brasileira é chover no molhado, mas sabe-se que serviços administrados pela iniciativa pública são propensos a ineficiências de fraudes, e qualquer ponto de centralização dessa informação é um ponto corruptível que pode contribuir para essas ineficiências. Na medida em que você descentraliza os registros dos serviços prestados (qualidade e disponibilidade de serviços públicos de saneamento, por exemplo) e passa a requerer a concordância entre os entes participantes do sistema (subprefeituras e municípios) para validar a adição de novas informações nas bases de dados você produz uma estrutura muito mais resiliente a maus atores, contribuindo para um gasto eficiente do dinheiro público.
Em um exemplo concreto, pergunta para qualquer pessoa que já tentou fazer um aniversário surpresa e teve o desprazer de receber o aniversariante com a falsa surpresa estampada na cara e ela vai te contar em detalhes a dificuldade que é montar um conluio com muita gente.
No final das contas, o que você está fazendo é democratizando a construção da verdade. Boa parte da qualidade do fazer humano é dependente de estar alicerçado em informações que se aproximam da realidade. E tomar decisões com base em informações equivocadas tem um gigantesco impacto de ineficiência.
O movimento do PIX (e do DREX, que ainda não saiu) é um precursor nesse sentido, mas está ficando cada vez mais comum encontrar iniciativas governamentais que atuam na vanguarda da tecnologia. É bom pra todo mundo isso. O caso chinês ilustra que DLT pode ser adotada como camada de back-office estatal, sem expor o usuário a ativos voláteis, mas oferecendo integridade, auditoria em tempo real e redução de fraudes. E só pra não ficar de fora, a Coreia do Sul começou um piloto de três meses com o won digital, selecionando 100 mil felizardos para testar a coisa – com direito a promoção de 10% de desconto no 7-Eleven pra quem pagar com CBDC. Uma mistura curiosa de DLT, banco central, cachorro-quente sem molho e cashback.
E por último, saiu também agora em maio o relatório da Coindesk reportando os volumes de negociação de criptoativos nas maiores exchanges do mundo. O volume de derivativos cripto aumentou para US$ 5,13 trilhões, a primeira alta em quatro meses, elevando a fatia de derivativos para 74,4% de todo o mercado, o nível mais alto desde outubro de 2023. Ou seja, de cada US$1 negociado em cripto, quase 3/4 já são contratos futuros, opções e similares. É uma configuração parecida com a bolsa tradicional, onde o grosso do movimento está nos derivativos. E quem se beneficia bastante desse fluxo todo é a centenária bolsa de Chicago (CME), figurando hoje entre as maiores plataformas de futuros de Bitcoin e outras criptomoedas, respondendo por quase 4% do interesse aberto em derivativos cripto.
Sim, a mesma CME, fundada em 1898 para negociar manteiga e ovos e que em 1972 lançou os primeiros futuros de moedas agora negocia futuros de BTC, ETH e até SOL aos montes.
Fonte: Coindesk
A sua empresa pode participar de todo esse processo, que como vimos acima não é só uma ideia e sim uma realidade integrada ao mercado financeiro tradicional. A Foxbit Business oferece um ecossistema 360° de soluções em criptoativos para empresas que desejam inovar e se destacar na nova economia digital. Desde grandes aquisições de criptomoedas para reservas estratégicas até meios de pagamento com stablecoins e tokenização de ativos reais. As soluções são projetadas para atender às necessidades específicas do seu negócio. Com o suporte de especialistas e tecnologia de ponta, a sua empresa pode se integrar ao universo cripto de forma segura, eficiente e personalizada.