Não anda fácil a vida das Magnificent Seven
O agregado de companhias mais desenvolvido no mercado global é o das empresas do S&P500. E dentro dessas, existe o grupo de ouro, chamado de Magnificent Seven, que representam hoje quase 30% de todo o valor de mercado desse grupo de 500 empresas.
Apple, Microsoft, Google, Amazon, Nvidia, Meta e Tesla: essas sete são, sozinhas, quase um terço de todo o valor de mercado dentro do mais desenvolvido mercado de capitais do planeta.
Talvez a concentração não assuste, mas o que pode acontecer se parte relevante dessas empresas estiverem passando por algum apuro? Pega o café, é hora de uma conversa difícil, mas necessária.
Google: negócio principal vai virando mistério
O maior buscador do mundo tem como negócio principal a venda da sua localização online. Como bem admitiu até mesmo o CEO da Microsoft recentemente, afinal, todo mundo procura o que precisa no Google.
Isso mesmo em tempos em que teoricamente o ChatGPT substituiria toda e qualquer busca - curiosamente, quem também disse isso ainda em 2023 foi… O próprio CEO da Microsoft, Satya Nadella.
Mas existe um certo paradoxo agora na grande holding Alphabet: a fonte de 60% das receitas teve suas regras alteradas de modo tão intenso que nem quem anuncia sabe pelo quê está pagando.
Existe um enorme gargalo na mesa. Em nome de uma política de privacidade que tem como ideia proteger os anunciantes - e reduzir responsabilidades da holding -, o mecanismo acabou virando uma caixa preta até mesmo para quem quer anunciar.
A substituição dessa ferramenta não deve vir tão cedo. Mas as receitas vindas exatamente do negócio principal da Alphabet já estão começando a decepcionar: os dados referentes ao segundo trimestre de 2023 já deixam claro isso. Muitas pessoas já optam por buscas no Instagram e no TikTok em detrimento do Google, principalmente as gerações mais jovens.
Eis então o dilema: Google voltará atrás para evitar que a desaceleração nas receitas vire perda permanente de market share ou dobrará a aposta em virar mesmo uma caixa preta?
O comportamento dos jovens virando custo das redes sociais
Algumas decisões judiciais chamam a atenção para a porta imensa que podem abrir - e para os custos imensos que podem impor. Uma dessas decisões aconteceu recentemente em um tribunal na California.
O caso é o seguinte: unindo cerca de 200 casos, dois juízes da Califórnia decidiram que plataformas como Instagram, TikTok, YouTube e Snapchat desenham suas próprias plataformas de modo a viciar as pessoas e, no caso específico dos jovens, acaba desencadeando episódios reais de danos físicos incentivados por conteúdos encontrados nelas.
Até o presente momento, todas essas empresas estavam amparadas pela Seção 230, ponto legal da constituição americana que trata da liberdade de expressão e da não responsabilidade das plataformas sobre os conteúdos nelas colocados por quem as utiliza.
Mas uma decisão como essa, que engloba duas centenas de casos, pode virar o jogo contra as big techs.
No cenário mais básico, isso significa que essas empresas precisarão arcar com um custo mais elevado de monitoramento e moderação de conteúdos colocados (e são milhões de conteúdos novos todos os dias, esse custo não será desprezível). Mas, no pior dos casos, abre-se a porta para que indenizações de tamanho desconhecido sejam pagas como responsabilização de danos causados exatamente por conteúdos que circulam por ali.
Se tais ações irão gerar dor de cabeça para essas plataformas nos EUA ainda não se sabe com exatidão, mas elas já receberam avisos bastante diretos de autoridades regulatórias na Europa, principalmente diante da imensa quantidade de desinformações relacionadas ao conflito bélico que ocorre entre as forças militares de Israel e o grupo terrorista Hamas.
Qualquer que seja o caso, essa conta vai ser salgada.
Mercado stablecoin reduzido: oportunidade?
Stablecoins são as moedas digitais que, embora não sejam emitidas por Bancos Centrais, têm relação direta com essas moedas. Na prática, é como se houvesse um pareamento entre uma moeda digital e outra fiduciária. O mercado global dessas moedas é hoje, em 2023, cerca de 28,4% menor do que em 2021.
Por um lado, isso sinaliza que as moedas digitais relacionadas às fiduciárias andam em baixa. Mas por outro, a digitalização direta das fiduciárias, pelo menos quando olhamos para o Brasil, andam chamando atenção.
Nossos parceiros da Foxbit Business participaram ativamente dos testes do Real Digital (o tal Drex), que deve começar a virar realidade em breve. E o que vem junto disso é ainda mais interessante: a tokenização de ativos, que tornará os custos de transação com diversos ativos bem mais baixo que o atual.
De acordo com a gigante Franklin Templeton, “tokenização é a securitização com esteróides”. Esse mercado imenso pode estar mais próximo do que seu negócio imagina. Consulte as possibilidades com a Foxbit Business!
Microsoft e o maior deal da história dos games: bad timing?
Uma transação que envolve US$69 bilhões e passou meses sob análise regulamentar: Microsoft finalmente concluiu a compra da Blizzard. O negócio tem enorme sinergia, já que a empresa da XBox irá colocar para dentro da plataforma uma quantidade imensa de novos jogos.
Mas a pergunta que não quer calar é: como fazer dinheiro com isso?
Os dois negócios - a Microsoft e a Blizzard - são amplamente lucrativos, mas a missão de tornar essa imensa aquisição em resultado é desafiadora, principalmente agora que não existe mais dinheiro grátis.
Levando em conta a já comentada bandeira branca levantada pelo CEO da Microsoft em relação ao quanto Inteligência Artificial conseguiria trazer benefícios reais para a empresa, o que deve ser colocado na mesa para justificar o retorno de uma compra dessa magnitude?
Não faltam motivos de preocupação com as Magnificent Seven.