Reservas Estratégicas em Bitcoins
A história das reservas monetárias estratégicas mostra uma evolução nos tipos de ativos mantidos e nos padrões que os governos usam. Até o século XX, as reservas monetárias consistiam principalmente em ouro e prata, e o lastro era baseado nesses metais preciosos. Era desse lastro que derivava o valor da moeda e os bancos, incluindo os Bancos Centrais, emitiam notas de papel e certificados de depósito conversíveis em quantidades fracionárias desses metais.
O propósito de manter reservas estratégicas também evolui ao longo do tempo. Primeiro serviam para cumprir suas obrigações comerciais e para respaldar a moeda doméstica, complementando as reservas de ouro e prata. Com o tempo e aumento da complexidade do mercado as reservas passaram a ser utilizadas para intervenções cambiais, gerenciamento de liquidez e como amortecedor contra choques econômicos.
Desde 1971, as reservas monetárias passaram a incluir uma combinação de moedas estrangeiras e dívida pública, funcionando também como instrumento de política monetária ao permitir certo controle de um dos principais vetores inflacionários que é a taxa de câmbio.
O costume de acumular grandes reservas entre os países emergentes se intensificou no final de 1990 devido à Crise Asiática. Isso porque a crise deixou o investidor de títulos públicos internacionais ressabiado, passando a requerer mais do que um ‘eu prometo’ para se separar do seu dinheiro.
O papel de uma reserva estratégica é, no final das contas, engrandecer o alicerce monetário de um país, e para que faça sentido que um ativo seja escolhido como moeda de reserva ele precisa ser a manifestação financeira de segurança.
De forma prática isso se manifesta a partir da verificação de critérios como: relevância econômica, credibilidade, demanda transacional, inércia e escassez.
Naturalmente que a economia dominante da vez tem maiores chances de ver suas moedas usadas globalmente como reservas. Vide o dólar que atualmente conta com a credibilidade de ser emitida pela maior potência econômica, garantindo a estabilidade e liquidez do ativo, o que corrobora para que ele seja enxergado como reserva de valor.
Outro fator que influencia na escolha da moeda de reserva é a demanda transacional dos detentores de reservas impulsionada por pagamentos comerciais, financeiros ou intervenções cambiais. Ou seja, quão convenientemente aquele ativo pode ser usado para realizar transações comerciais cotidianas.
E como já diria a 1ª lei de Newton, o papel que a inércia desempenha também é importante, pois uma moeda já estabelecida como reserva tende a manter seu status devido à ampla aceitação global e à dependência dos agentes econômicos de sua estabilidade. Um ciclo de retroalimentação que, pela própria natureza de busca por redução de risco, vai contribuir para a manutenção daquele ativo por mais tempo.
Imagina a burocracia que seria para a mudança na moeda de reserva. Além disso, fatores geopolíticos e estratégicos, como alianças diplomáticas, acordos comerciais e laços de segurança, podem influenciar a escolha das reservas, já que países tendem a manter ativos em moedas de nações aliadas para fortalecer relações econômicas e políticas.
E por último, esses ativos precisam conseguir reter valor. Afinal, você não quer acordar um dia com o bolso cheio de estalecas só para descobrir que o BBB acabou. O valor de um ativo vai sempre derivar da interação entre demanda e oferta. Até agora os critérios descritos compunham os fatores que mantém a chama da demanda acesa. O outro lado é que o ativo precisa possuir características que restrinjam sua oferta. Isso é importante para impedir que os incentivos naturais para se obter mais de um ativo que tem tanta demanda cativa não levem a um excesso de disponibilidade do ativo que, por sua vez, reduziriam o seu valor de mercado e por consequência a sua funcionalidade como ativo de reserva.
Tudo isso não significa que o ativo que ocupa esse espaço nunca será destituído. Diversas iniciativas estão em andamento para estabelecer o Bitcoin como um ativo estratégico de reserva soberana.
Aqui no Brasil já temos um projeto de lei que propõe a criação da reserva estratégica de Bitcoin (RESBit), sugerindo a alocação de 5% das reservas internacionais do país na criptomoeda. Na República Tcheca, o banco central avalia destinar 5% de suas reservas para Bitcoin, o equivalente a 7 bilhões de euros. El Salvador, pioneiro na adoção do Bitcoin como moeda de curso legal, continua utilizando a criptomoeda como reserva estatal, influenciando debates globais sobre o tema. Já na Suíça, o Banco Nacional Suíço considera adicionar Bitcoin às suas reservas, ao lado do ouro, o que pode servir de modelo para outras nações.
Nos EUA, as promessas de campanha de Trump começam a se concretizar com sua nova ordem executiva voltada para a adoção de ativos digitais. O decreto estabelece um grupo de trabalho para desenvolver uma estrutura regulatória e discutir a criação de um estoque de criptomoedas, o que sugere um possível primeiro passo para uma reserva nacional de Bitcoin na maior economia do mundo.
Se era respaldo político pró-cripto que faltava, com a nomeação de Scott Bessent a Secretário do Tesouro americano a pauta ganha ainda mais força. Ele é um forte apoiador às criptomoedas, essa sinalização é um recadinho para quem ainda estava na dúvida: a criptoeconomia veio para ficar. Secretário do Tesouro e Presidente da República alinhados e favoráveis à adoção do governo a ativos digitais nos Estados Unidos.
Muito bem, temos um cenário propenso às criptomoedas com o atual governo e mais do que isso vemos movimentos dos estados americanos em direção a ações práticas para a adoção de criptomoedas como reserva também.
No Arizona, legisladores propuseram a criação de uma reserva estratégica, permitindo que até 10% do capital de entidades governamentais e fundos públicos sejam investidos em criptomoedas. Utah, por sua vez, se destaca como um dos estados mais propensos a implementar a reserva primeiro, graças ao seu processo legislativo mais ágil.
Outros estados também possuem projetos de lei em diferentes estágios voltados para reservas de Bitcoin.
Fonte: Cointelegraph
O crescente interesse global pelo Bitcoin como reserva de valor reflete uma busca por diversificação, proteção contra a inflação e maior soberania financeira. Muitos países veem na criptomoeda uma alternativa ao ouro e ao dólar, reduzindo a dependência de ativos tradicionais e fortalecendo sua independência econômica. Além disso, a adoção do Bitcoin demonstra um compromisso com a inovação e a autonomia financeira, incentivando a criação de ambientes regulatórios favoráveis que podem atrair investimentos e posicionar nações como centros de finanças digitais.
Ninguém sabe o que vai acontecer no futuro, mas os tamanhos dos fluxos financeiros associados à escolha dos ativos que compõem as reservas estratégicas são estratosféricos, e os impactos nos preços desses ativos que, por definição precisam ter algum grau de escassez pode ser gigantesco. Para ilustrar, antes da criação do Federal Reserve (O BC dos EUA), quando o ouro era o rei das reservas, ditando o ritmo da economia dos EUA e do mundo. O nível de preços andava de mãos dadas com as reservas de ouro, mostrando como a oferta monetária e a demanda transacional influenciavam tudo. O gráfico abaixo mostra como a estabilidade financeira dependia mais do brilho do ouro do que de políticas bancárias.
Fonte: Federal Reserve
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