Retrospectiva: Bitcoin Nadando de Braçada
O ano de 2024 trouxe volatilidade de sobra nos mercados financeiros, reflexo de um mundo que ainda tropeça nos resquícios da pandemia enquanto tenta lidar com uma nova leva de desafios econômicos e geopolíticos. A inflação, que parecia domada em alguns lugares, continuou incomodando como aquele mosquito que você nunca consegue matar, forçando bancos centrais – liderados pelos EUA – a manterem os juros altos por mais tempo do que a bonanza do final de 2023 antecipava. Não bastasse isso, as tensões geopolíticas contribuíram para uma boa dose de incerteza, fazendo os investidores dançarem conforme o caos.
No meio disso tudo, um tema ganhou destaque: o crescimento preocupante das dívidas públicas, que atingiram níveis não vistos desde o pós-guerra. E aí vieram as manchetes alarmantes – “O mundo mais endividado do que na Segunda Guerra Mundial” – como se os números não fossem um lembrete constante de que empurrar problemas com a barriga tem um preço. A fatura chega com juros, correção monetária e, claro, uma pitada de drama global.
Em um ambiente de crescente incerteza fiscal e monetária, a busca por ativos que possam proteger o poder de compra e mitigar riscos tornou-se essencial. Nesse contexto, dando mais destaque ao Bitcoin. A criptomoeda seguiu se consolidando como um ativo diversificador e, para muitos, uma possível proteção contra os abusos do sistema financeiro.
O desempenho do ativo foi banhado pelo tradicional combo de halving e um novo fator: Trump. Para refrescar a memória, o halving – aquele evento que corta pela metade a emissão de Bitcoins – mais uma vez fez o mercado lembrar que se trata de um ativo não inflacionário com oferta limitada, o que em tempos de expansão fiscal, soa como poesia para investidores preocupados com o futuro do dinheiro.
Como se não bastasse o halving, pela primeira vez na história, o Bitcoin entrou no discurso político de um candidato à presidência dos EUA – e esse candidato, para surpresa de uns e alegria de outros, foi eleito. Depois de anos enfrentando resistência e olhares atravessados do cenário político, o Bitcoin agora cai nas graças do chefe do executivo da maior economia do mundo. Um marco que, definitivamente, deu ao ativo um novo patamar de legitimidade no jogo global.
Não podemos esquecer também, do avanço histórico com a aprovação e popularização dos ETFs de Bitcoin nos Estados Unidos. Esse movimento abriu as portas para investidores institucionais, que até então não tinham entrado de fato no mercado crypto. Com os ETFs, o acesso ao Bitcoin se tornou mais simples, regulamentado e familiar para o mercado tradicional, atraindo um novo fluxo de capital e consolidando ainda mais a criptomoeda como um ativo relevante no portfólio global.
A combinação de um ativo escasso, um cenário econômico instável e agora um instrumento financeiro acessível foi o combustível perfeito para o desempenho explosivo do Bitcoin no ano.
O ouro também brilhou em 2024, continuou cumprindo sua missão secular de "porto seguro" em tempos de tempestade. Conflitos internacionais, tensões comerciais e a expansão desenfreada das dívidas públicas reacenderam a demanda pelo metal como refúgio seguro, afinal, quando o mundo pega fogo, o ouro costuma ser o abrigo dos investidores mais cautelosos. Porém, nem tudo foi glamour: a política monetária restritiva, com juros elevados principalmente nos Estados Unidos, pode ter colocado um freio no desempenho do metal no início do ano. Em tempos de taxas altas, o custo de oportunidade de carregar ouro – que não paga juros ou dividendos – se torna maior, limitando suas valorizações. Ainda assim, diante de um cenário global tão instável, o ouro cumpriu seu papel clássico, entregando solidez.
Nos Estados Unidos 2024 trouxe um mercado acionário surpreendentemente resiliente. Enquanto as taxas se mantinham altas e a inflação se aproximava lentamente das bandas superiores das metas, o S&P 500 se manteve firme. Tudo bem que são as gigantes da tecnologia que fizeram o dever de casa de todo mundo, o que fez com que o índice Nasdaq, então, fosse a estrela do ano. A explicação é o boom da inteligência artificial, que virou a queridinha dos investidores com as promessas de dispensar boa parte da folha de pagamento (margens!). Empresas como a NVIDIA, surfando essa onda, e tomando conta das manchetes ao longo do ano. Já o Dow Jones, que ainda carrega aquele charme vintage com setores tradicionais, teve um ano mais contido, porque, convenhamos, manufatura e consumo não brilham muito quando a economia está de ressaca.
No Brasil, o desempenho do Ibovespa foi marcado por altos e baixos. Mais baixos do que altos, e para os que já não lembram mais, iniciamos o ano em 134 mil pontos e os otimistas de plantão achavam que esse seria o nosso ano (de novo). Mas a realidade tende a lhes decepcionar. No fim do primeiro trimestre nem os 130 mil pontos era uma realidade mais, fechamos por volta dos 128 mil pontos em março. A gente só se animou de novo lá em agosto com as perspectivas de corte de juros nos EUA - apostando em aportes de capital estrangeiros aqui. Nessa época batemos o recorde de fechamento em 136 mil pontos.
Como era de se esperar, o cenário doméstico brasileiro não ajudou nos meses seguintes. Influenciado pelas mesmas incertezas fiscais e políticas internas, o que sobrava de Lula de Mel entre a Faria Lima e o governo azedou de vez. E o Ibovespa agora no fim do ano registrou em dezembro sua pior queda desde 2016. E assim seguimos até agora: tentando encontrar equilíbrio enquanto navegamos por um cenário econômico que insiste em nos testar a cada curva.
O gráfico ilustra como Bitcoin manteve seu protagonismo no mercado financeiro global, consolidando-se como um dos ativos com maior retorno percentual acumulado no ano. Esse movimento reflete o crescente interesse dos investidores em ativos descentralizados, especialmente em um cenário de inflação persistente e políticas monetárias restritivas.
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